Friday, March 31, 2006

Sexta-feira

Dia de Gato Fedorento.

Thursday, March 30, 2006

Marcos Pontes

...foi o primeiro brasileiro a ir para o espaço. O Tenente-Coronel Marcos César Pontes foi seleccionado pela NASA em Junho de 1998, para o seu programa espacial. Mas a concretização do seu sonho de criança teve de esperar até hoje. Marcos Pontes irá permanecer no espaço 9 dias, oito dos quais na Estação Espacial Internacional (ISS). É a 13ª expedição relacionada com a ISS.

Este astronauta tem um sítio oficial onde podem ver o lançamento que o levou para o espaço a bordo da nave espacial Soyuz TMA-8 no cosmódromo Baikonur no Cazaquistão.

E para quando um astronauta português?

Wednesday, March 29, 2006

George W. Bush vs Science

Em Abril do ano passado dava conta neste blogue, da descoberta de um novo estado da matéria, feita num acelerador de partículas norte-americano: RHIC (Relativistic Heavy Ion Collider). Um dos quatro detectores (ALICE) do futuro maior acelerador de partículas, LHC (Large Hadron Collider), na Europa, vai ser dedicado ao estudo das propriedades de um plasma de quarks e gluões. A importância deste resultado científico é ilustrada na posição cimeira que ocupa, para o Instituto Americano de Física, nas maiores descobertas científicas de 2005.

Infelizmente a administração Bush não tem a mesma opinião, pois decidiu cortar nas despesas deste, defendendo ao mesmo tempo a estratégia neoliberal de libertar os muitos ricos de não pagarem impostos, para assim poderem investir mais… Mas quem é que acredita nestas histórias?

Mas para a história ter um final feliz, em Janeiro deste ano, um matemático americano, James Simmons, decidiu contribuir com 13 milhões de dólares para que o RHIC pudesse prosseguir as suas actividades. Como é que um matemático conseguiu amealhar tanto dinheiro? Apropriadamente com um modelo matemático que lhe permitia fazer investimentos no mercado financeiro com segurança. Hoje é um dos gestores de fundos de investimentos mais respeitados. James Simmons comentava assim a sua atitude:

“There were two factors that really motivated me. First was just the absolute wastefulness of such a valuable facility to just sit there for a year. That makes no sense ... and then there is the morale at the lab. It's very hard to keep the best scientists, and I love to see good science get done.”

Apesar da notícia já não ser nova, data de 20 de Janeiro, decidi colocá-la no blogue, pois ilustra muito bem opiniões antagónicas no que diz respeito à ciência. Há quem considere que tudo deve estar sujeito à lógica mercantilista do lucro. Infelizmente este tipo de pensamento está a tornar-se único, não admitindo a mínima oposição. Nesse sentido, o investimento num projecto que procura satisfazer apenas a curiosidade científica, ainda por cima de algo que só foi relevante no início do universo, é para alguns completamente intolerável ou, no mínimo, despropositado. Felizmente para outros é justamente aquilo que permite ao ser humano sair dos seus egoísmos, das quezílias do dia-a-dia e de uma existência cinzenta. São precisamente estes projectos que mantém viva a capacidade de sonhar e do ser humano se maravilhar perante a natureza. Muitos tentam justificar estes projectos, que envolvem somas colossais de dinheiro, com as novas tecnologias que proporcionam. Sendo um aspecto relevante, aquilo que na verdade justifica estes investimentos – e que irá perdurar – é o novo conhecimento científico. Esta é verdadeiramente a razão para derreter tantos milhões de dólares.

Desvendar os segredos do novo estado da matéria é razão mais do que suficiente para prolongar o investimento no RHIC.

Thursday, March 23, 2006

Paisagem digital #10

Wednesday, March 22, 2006

Pólo Norte, Pólo Sul e... Pólo Norte

Já há muito tempo que se sabia que o planeta Terra sofria inversões de polaridade do seu campo magnético de tempos a tempos. Actualmente a agulha de uma bússola aponta para Norte. Tal como as cargas eléctricas opostas atraem-se, também os pólos magnéticos tem o mesmo comportamento. Isso significa que o pólo norte da bússola está a ser atraído por um pólo magnético oposto. Trata-se do pólo sul magnético da Terra. Ou seja, o pólo sul magnético da Terra aponta para uma região próxima do Pólo Norte geográfico. Há uma diferença – conhecida como declinação magnética – entre ambos. Esta diferença depende do local onde estamos. É a polaridade deste magneto terrestre que sofre alterações: a última foi há 780 mil anos. Os cientistas admitiam que essa dança de polaridades era aleatória.

Contudo, físicos liderados por Vincenzo Carbone da Universidade de Calábria, ao estudar as inversões de polaridade do campo magnético terrestre, perceberam que estes acontecimentos não são independentes. Eles encontraram em cada evento aquilo que pode ser interpretado como a memória de anteriores alterações no campo magnético terrestre. Isso implicaria que estas inversões não são independentes umas das outras: cada nova inversão de polaridade tem em conta as anteriores.

Os físicos italianos perceberam que a distribuição no tempo das inversões de polaridade – que é conhecida, através dos registos geológicos – pode ser descrita por uma distribuição de Lévy. Esta distribuição caracteriza-se por admitir que uma dada variável é uma combinação linear de outras variáveis. Deste modo há correlações entre as várias variáveis. Isto aplicado ao geomagnetismo terrestre implica que estes eventos, apesar de bastante separados no tempo, estão relacionados entre si. Com este estudo o geomagnetismo obtém uma ferramenta essencial para perceber melhor os mecanismos que invertem a polaridade do magnetismo terrestre.

Aparentemente é capaz de não faltar muito tempo para tal acontecer…

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Tuesday, March 21, 2006

Peanuts #5

(cliquem na imagem para ampliar)

Snoopy e o planeta dos... cães.

Publicado originalmente a 26 de Fevereiro de 1959.

Peanuts #4

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Friday, March 17, 2006

Carl Theodor Dreyer - DVD

A Criterion editou em 2001 uma caixa com três filmes de Carl Dreyer e o documentário My Metier. Em 2006 é a vez da Europa. Apesar do atraso, duas editoras: uma inglesa (BFI), que já tem dois títulos disponíveis, e outra francesa (MK2), vão editar mais filmes do que a Criterion.

O BFI já editou Amo e Senhor e Ordet. O primeiro é um filme menos conhecido do realizador dinamarquês e por isso tem um extra aliciante: o documentário My Metier. Vi o filme na Cinemateca com acompanhamento ao piano. Felizmente vai longe o tempo em que se considerava que um filme mudo devia ser visto em silêncio. A música é um elemento essencial para vincar as ideias de um filme, ou para comentar a acção. Infelizmente o DVD desse filme tem os intertitulos em inglês e, alem disso, apresenta uma imagem com “combing”. O segundo filme felizmente vem numa boa edição. Em Abril, será a vez de Dia de Cólera e Gertrud. Estes DVDs são sempre acompanhados com curtas-metragens (indisponíveis na Criterion) e mais documentários do que aqueles disponibilizados na editora norte-americana. Podem ouvir em mp3 um comentário sobre os dois filmes de Carl Dreyer, editados pelo BFI, por Graeme Hobbs.

Quanto à editora francesa alem destes DVDs, vai ainda editar Vampyr. No total será uma caixa com seis DVDs.

Wednesday, March 15, 2006

Depois do Google Earth...

…o Google Mars!

Tuesday, March 14, 2006

Albert Einstein

A 14 de Março de 1879 nascia aquele que iria ser um dos maiores ícones do século XX.

Friday, March 10, 2006

Sinais de água em estado líquido em Encelado

A confirmar-se é uma das revelações mais extraordinárias deste ano. Em Europa, um dos satélites de Júpiter, há evidências de um oceano de água em estado líquido no seu interior. No caso de Encelado a água está muito mais próxima da superfície. Com estes novos dados, a perspectiva de uma nova missão a Saturno ganha fôlego.

Na Primavera de 2008 a sonda Cassini fará uma nova aproximação para obter mais dados.

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Thursday, March 09, 2006

Recorde astronómico

A 4 de Setembro de 2005 o satélite Swift detectou a explosão de raios gama mais antiga, alguma vez registada. Os estudos efectuados indicam que a explosão que lhe deu origem ocorreu há 12,8 mil milhões de anos. Tendo em conta que actualmente o valor para a idade do universo é de cerca de 13,7 mil milhões de anos, temos entre esses dois valores uma diferença de “apenas” 900 mil anos!

A explosão de raios gama, baptizada de GRB 050904, durou 80 segundos. Tipicamente estas explosões podem durar desde milisegundos até alguns minutos.

Swift é o satélite da NASA responsável por estas descobertas. Curiosamente a história começa por uma necessidade militar. Nos anos 60, os Estados Unidos estavam preocupados com a possibilidade de outros países realizarem testes nucleares no espaço. Decidiram por isso enviar para o espaço uma série de detectores de explosões de alta energia. Nunca registaram explosões nucleares provocadas pelos homens da foice e do martelo, mas em compensação verificaram várias explosões de raios gama vindas do espaço profundo.

Estas explosões despertaram o interesse dos cientistas e estavam lançadas as bases para a criação de uma missão para o estudo destas. Em 1999 a NASA deu o aval à missão Swift. O lançamento da missão ocorreu a 20 de Novembro de 2004.

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Wednesday, March 08, 2006

Mailbox #2

Chegou hoje à minha caixa de correio o DVD de um dos filmes mais míticos da ficção científica popular: Godzilla. O BFI sabendo do título atractivo que tinha caprichou na caixa – é uma das mais bonitas da minha DVDteca – e nos conteúdos da edição. Desde logo a versão original do realizador Ishirô Honda e nos extras o destaque vai para um documentário sobre o incidente que inspirou a história do filme.

Ainda só vi um filme deste realizador, Mosura tai Gojira, mas desde ai fiquei com vontade de conhecer mais obras deste realizador. Irei fazê-lo nos próximos dias.

Mailbox #1

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Monday, March 06, 2006

Cratera causada por meteorito revelada por detecção remota

O geólogo Farouk El-Baz anunciou hoje a descoberta de uma cratera causada por um meteorito no deserto no Egipto. Como é que uma cratera de 31 quilómetros de diâmetro permaneceu “invisível” até agora? Os cientistas avançam várias explicações possíveis: os factores climatéricos contribuíram para desvanecer a cratera, por outro as suas dimensões são tais que até agora ninguém terá imaginado que aquela paisagem tivesse origem num impacto de um meteorito na superfície terrestre.

El-Baz baptizou a sua descoberta de “Kebira” que significa grande em árabe. Kebira é cerca de vinte cinco vezes maior do que a famosa cratera no Estado do Arizona. A forma da cratera tem muitas semelhanças com as crateras lunares e de acordo com El-Baz isso permitirá aprofundar os estudos de planetologia comparada.

Farouk El-Baz é o director da Boston University Center for Remote Sensing onde são utilizados sistemas de detecção em áreas como a arqueologia, geografia e geologia.

Nesta entrada eu dei conta de uma descoberta realizada através do Google Earth. Apesar das diferenças entre um instituto dedicado à investigação científica e o Google Earth, ambos permitiram descobertas na área da geologia e da arqueologia respectivamente, utilizando métodos diferentes daqueles habitualmente associados a estes campos. Há neste momento um mestrado a decorrer na Faculdade de Ciência do Porto, no Departamento de Matemática Aplicada, em detecção remota. A página tem muitas ligações relacionadas com esta área.

Friday, March 03, 2006

Paisagem digital #9

Wednesday, March 01, 2006

Colecção Masters of Cinema

A associação da editora Eureka com o sítio Masters of Cinema deu origem a uma das mais promissoras colecções de DVDs. A Criterion continua a ser a referência, mas a qualidade da colecção Masters of Cinema no que toca aos DVDs e aos filmes escolhidos, fazem desta a maior concorrente da editora norte-americana.

Em Dezembro e Janeiro dei conta do primeiro filme de John Ford nesta colecção:

#22The Prisoner of Shark Island – 20 de Março

E a lista que se segue promete também ir em grande parte para a minha wish-list:

#28 – Toni (Jean Renoir, 1935) – 17 de Abril

#24Faust (F. W. Murnau, 1926)

#27 – Abhijan (Satyajit Ray, 1962)

#29 – Kwaidan (Masaki Kobayashi, 1964)

#30 – Buster Keaton – The Short Films, 1917-1923

Anunciados no DVDBeaver:

#31 – F for Fake (Orson Welles, 1974)

#32 – Funeral Parade of Roses (Toshio Matsumoto, 1969)

#33 – Sciuscià (Vittorio de Sica, 1946)

Box set de Mikio Naruse

#34 – Repast (Meshi) – 1951

#35 – Sound of the Mountain (Yama no oto) – 1954

#36 – Flowing (Nagareru) – 1956

Ainda não são conhecidos os números #23 e #25.

O meu destaque vai para os filmes de Renoir, Murnau, as curtas-metragens de Buster Keaton e o filme de Orson Welles. A Criterion já editou este último e por isso a edição da Eureka tem de ser necessariamente excelente para poder competir com a anterior. O número 29 desta colecção também já foi editado pela editora norte-americana. Deste lote Faust e Buster Keaton são simplesmente imprescindíveis.

A Criterion já editou vários filmes de autores japoneses, mas deixou de fora Mikio Naruse, um nicho de mercado bem aproveitado pela Eureka.