Wednesday, March 22, 2006

Pólo Norte, Pólo Sul e... Pólo Norte

Já há muito tempo que se sabia que o planeta Terra sofria inversões de polaridade do seu campo magnético de tempos a tempos. Actualmente a agulha de uma bússola aponta para Norte. Tal como as cargas eléctricas opostas atraem-se, também os pólos magnéticos tem o mesmo comportamento. Isso significa que o pólo norte da bússola está a ser atraído por um pólo magnético oposto. Trata-se do pólo sul magnético da Terra. Ou seja, o pólo sul magnético da Terra aponta para uma região próxima do Pólo Norte geográfico. Há uma diferença – conhecida como declinação magnética – entre ambos. Esta diferença depende do local onde estamos. É a polaridade deste magneto terrestre que sofre alterações: a última foi há 780 mil anos. Os cientistas admitiam que essa dança de polaridades era aleatória.

Contudo, físicos liderados por Vincenzo Carbone da Universidade de Calábria, ao estudar as inversões de polaridade do campo magnético terrestre, perceberam que estes acontecimentos não são independentes. Eles encontraram em cada evento aquilo que pode ser interpretado como a memória de anteriores alterações no campo magnético terrestre. Isso implicaria que estas inversões não são independentes umas das outras: cada nova inversão de polaridade tem em conta as anteriores.

Os físicos italianos perceberam que a distribuição no tempo das inversões de polaridade – que é conhecida, através dos registos geológicos – pode ser descrita por uma distribuição de Lévy. Esta distribuição caracteriza-se por admitir que uma dada variável é uma combinação linear de outras variáveis. Deste modo há correlações entre as várias variáveis. Isto aplicado ao geomagnetismo terrestre implica que estes eventos, apesar de bastante separados no tempo, estão relacionados entre si. Com este estudo o geomagnetismo obtém uma ferramenta essencial para perceber melhor os mecanismos que invertem a polaridade do magnetismo terrestre.

Aparentemente é capaz de não faltar muito tempo para tal acontecer…

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4 Comments:

Blogger Mono said...

Fascinante...

12:36  
Blogger SIPO said...

Nem a propósito...

«A NASA colocou quarta-feira três micro-satélites em órbita para estudar o campo magnético terrestre, anunciou a agência espacial norte-americana.

Estes três novos satélites ST5, de 25 quilogramas cada um, vão testar novas tecnologias destinadas a futuras missões científicas, sublinhou a NASA.

Os satélites foram colocados em órbita por um foguete Pegasus que foi largado pouco após as 14:00 a 12.000 metros de altitude por um avião Lockheed L-1011 da Força Aérea Norte-americana.

O aparelho descolou da base aérea de Vandenberg na Califórnia.

Depois da partida, o foguete Pegasus efectuou uma subida de 10 minutos para atingir a orbita onde os três foguetes foram lançados.

O objectivo desta missão é mostrar as vantagens apresentadas por um grupo de pequenos satélites, pouco dispendiosos e que efectuam medições simultâneas do campo magnético terrestre a partir de diferentes pontos.

Este projecto insere-se no programa da NASA, "novo milénio", criado para seleccionar, desenvolver e testar tecnologias inovadoras».
Washington, 23 Mar (Lusa)

Só ainda não percebi que implicações têm estas variações magnéticas na Terra...

14:11  
Blogger brunobd said...

el mono: Sem dúvida!

21:58  
Blogger brunobd said...

SIPO: Aparentemente a única implicação é o fenómeno em si. Quando a inversão de polaridade ocorrer a tua bússola passa a apontar para a Antárctica :)

Lê este artigo:

http://image.gsfc.nasa.gov/poetry/venus/RevScience.html

22:06  

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