Monday, March 06, 2006

Cratera causada por meteorito revelada por detecção remota

O geólogo Farouk El-Baz anunciou hoje a descoberta de uma cratera causada por um meteorito no deserto no Egipto. Como é que uma cratera de 31 quilómetros de diâmetro permaneceu “invisível” até agora? Os cientistas avançam várias explicações possíveis: os factores climatéricos contribuíram para desvanecer a cratera, por outro as suas dimensões são tais que até agora ninguém terá imaginado que aquela paisagem tivesse origem num impacto de um meteorito na superfície terrestre.

El-Baz baptizou a sua descoberta de “Kebira” que significa grande em árabe. Kebira é cerca de vinte cinco vezes maior do que a famosa cratera no Estado do Arizona. A forma da cratera tem muitas semelhanças com as crateras lunares e de acordo com El-Baz isso permitirá aprofundar os estudos de planetologia comparada.

Farouk El-Baz é o director da Boston University Center for Remote Sensing onde são utilizados sistemas de detecção em áreas como a arqueologia, geografia e geologia.

Nesta entrada eu dei conta de uma descoberta realizada através do Google Earth. Apesar das diferenças entre um instituto dedicado à investigação científica e o Google Earth, ambos permitiram descobertas na área da geologia e da arqueologia respectivamente, utilizando métodos diferentes daqueles habitualmente associados a estes campos. Há neste momento um mestrado a decorrer na Faculdade de Ciência do Porto, no Departamento de Matemática Aplicada, em detecção remota. A página tem muitas ligações relacionadas com esta área.

5 Comments:

Blogger SIPO said...

O Google Earth deve ser um sistema de detecção remota falível... mas também confesso que ainda não o explorei bem. Reconheço que as suas potencialidades são relevantes. Mas daí até falarmos de ciber-arqueologia vai um grande passo :)

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Fantástica fotografia da cratera.

E por falar em meteoritos, um dia destes vi no canal Odisseia, creio, um documentário excelente sobre a Lua, a sua formação e a sorte que temos em tê-la por perto. Mas parece que o nosso satélite natural está a afastar-se de nós, o que leva os cientistas a equacionarem vários cenários... alguns catastróficos.
O que seria de nós sem a Lua?
Ao que tudo indica seríamos um alvo fácil para o choque de outros corpos celestes;
O eixo gravitacional do nosso planeta iria oscilar cerca de 90 por cento, alterando o clima por completo o terrestre (temperaturas na ordem dos 50C em algumas zonas do planeta e temperaturas glaciares noutras)...

Tudo isto fez-me pensar... realmente até agora andamos com uma sorte descomunal. Estamos rodeados de meteoritos e outros corpos celestes de grande ou pequeno porte que podem chocar com a Terra. Até agora a Lua tem sido o nosso maior «seguro de vida». Até quando.

Desculpa o testamento.

17:52  
Blogger brunobd said...

Não há problema em fazer testamentos. Eu também tenho tendência para os fazer :)

O sistema Terra-Lua tem tendência a tornar-se num sistema de “planetas gémeos” como o sistema Plutão-Caronte. Apesar da massa do satélite ser menor, o facto de estar mais afastado do centro gravitacional do sistema, equilibra a acção dos dois corpos. A Lua está a afastar-se da Terra para atingir a posição de equilíbrio, ou de energia mínima. Por isso fiquei curioso com esses cenários catastróficos. Que hipóteses é que eles avançaram?

A Lua é um “seguro de vida” e serve de inspiração, nomeadamente a este blogue ;)

20:27  
Blogger SIPO said...

É curioso teres falado nos “planetas gémeos” como o sistema Plutão-Caronte. No tal documentário os especialistas teorizavam sobre a formação da Lua e a hipótese de esta ter sido formada depois do choque de um planeta contra a Terra.
Segundo os especialistas, a Terra de hoje não é a mesma: ou seja, terá existido a Terra 1 e a Terra 2 (onde actualmente habitamos).

Do que me lembro de ter visto, uma das razões para o afastamento da Lua deve-se à própria força exercida pelas marés. Existe mesmo um projecto megalómano de um cientista que equacionou a possibilidade de se construir gigantescas barreiras artificiais nos oceanos para equilibrar as marés. Se me perguntares de que forma tal pode afectar ou não a 'caminhada solitária' da Lua, não sei explicar. Não sou versada no assunto, mas que é digno de referência lá isso é! :)

17:45  
Blogger brunobd said...

Aquilo que me intrigou é o alarmismo do programa com o afastamento da Lua. Num livro de homenagem a Carl Sagan, editado pela Gradiva, lembro-me de ter lido a teoria da Lua ter resultado de uma grande colisão de um corpo com a Terra. No livro diziam tratar-se de um corpo com 10% da massa da Terra (como Marte). Lembro-me também de uma notícia no Público a afirmar que a Lua e a Terra estavam simplesmente a “caminhar” para a distância que garantisse ao sistema (Terra + Lua) a energia mínima, como acontece em todos os sistemas naturais. Por isso surpreendeu-me a hipótese da Lua poder sair disparada, como no Espaço 1999. Provavelmente tem novos dados ou então é mesmo alarmismo.

De qualquer forma a origem do Sistema Solar é sem dúvida um assunto fascinante e merece bem todos os programas que se façam!

00:26  
Blogger brunobd said...

No tal ponto de equilíbrio, a Terra e a Lua vão ter a mesma sempre a mesma face voltada uma para a outra (os tais planetas gémeos).

Actualmente, como sabes, só a Lua tem sempre a mesma face voltada para nós. O afastamento da Lua está inclusive a causar uma perda de velocidade de rotação por parte da Terra. Os dias estão lentamente a aumentar. Calcula-se que imediatamente após a colisão a Terra tinha um período de rotação de seis horas!

Por isso pergunto-me que vantagem teria o sistema Terra/Lua em ir para além dessa distância de equilíbrio?

Mas fiquei curioso com esse documentário do Odisseia. Espero que o repitam :)

10:28  

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