Tuesday, October 31, 2006

2009 – Ano Internacional da Astronomia

Já tínhamos o Dia Internacional da Astronomia. Agora, 2009 vai ser o Ano Internacional da Astronomia. Esta escolha é inspirada nas descobertas efectuadas por Galileu Galilei em 1609, quando começou a perscrutar o céu com um telescópio rudimentar, aperfeiçoado pelo próprio.

Galileu fez várias descobertas fulcrais para a astronomia moderna com o seu telescópio. Foi o primeiro homem a ver a superfície lunar cravejada de crateras e com montanhas. A Lua ao contrário do que diziam os estudiosos da Bíblia não era perfeita. Hoje, isto pode parecer pouco importante, de tal modo é evidente – mesmo a olho nu – que a Lua não é homogénea, mas no século XVII foi o princípio do fim de uma época.

Se a Lua era imperfeita, ou Deus criava obras imperfeitas, o que era inadmissível, ou em alternativa o mundo das esferas celestes também era governado pelas mesmas leis que existiam na Terra.

A descoberta dos satélites de Júpiter, conhecidos hoje como Galileanos, também colocava sérios problemas às ideias da época. Se tudo no céu girava em torno da Terra, como explicar aqueles satélites que giravam em torno de outro planeta?

Esfumava-se assim um Universo dividido entre mundo sub e supra lunar. Em 1687, Isaac Newton publicou os Principia onde apresentava a Lei da Gravitação Universal. Essa lei é uma das maiores conquistas do génio humano. Com uma simples lei todo o cosmos parecia mais próximo. A mesma Lei que agrega as estrelas da nossa galáxia é a responsável pela nossa queda depois de saltarmos. Esta conclusão está sugerida nas observações de Galileu. Isaac Newton, que não era conhecido pela sua modéstia, afirmou:

“If I have seen a little farther than others, it is because I have stood on the shoulders of giants”

Um deles era precisamente Galileu Galilei.

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Monday, October 30, 2006

Peanuts #11

(cliquem na imagem para ampliar)

Publicado originalmente a 15 de Maio de 1959.

Peanuts #10

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Friday, October 20, 2006

Referendo

"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"
Sim!

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Wednesday, October 18, 2006

Paisagem Digital #17

Árvores Outonais (Herbstbäume, 1911) - Egon Schiele

Paisagem Digital #16

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Friday, October 13, 2006

On Air #2

Há filmes que adquirem um grande destaque na altura da sua estreia. Depois a sua aura desvanece-se com o passar dos anos. Outros, como Batman Returns, alcançam uma grandeza, que nem os seus maiores admiradores teriam coragem de assumir. Este filme de Tim Burton pertence a esta última categoria. As imagens de Michelle Pfeiffer, na pele de Catwoman, tornaram-se num dos ícones da década de 90. O realizador conseguiu criar uma das maiores fábulas do cinema contemporâneo a partir de um comic americano. Baseado no desejo de vingança do Pinguim, uma das personagens mais sinistras que Danny De Vito interpretou.

Os detalhes são um dos pontos fortes deste filme. Dar o nome de Max Shreck (Christopher Walken) a um desonesto empresário é, talvez, uma das piadas mais mordazes que já se fizeram ao capitalismo megalómano. Nunca este esteve tão perto do vampirismo…

E Michael Keaton? Aquilo que mais fascina na personagem de Batman é este parecer sempre estar mais perto dos vilões do que seria natural para um super-heroi. Todo este filme parece acelerar vertiginosamente para o lado mais sombrio da natureza humana. Afinal onde estão os anjos neste filme? Fora de Gotham City certamente. E é precisamente isso que torna este filme tão fascinante.

Os Siouxsie & the Banshees seriam, portanto, uma escolha óbvia para a banda sonora deste filme. E este “Face to Face” até tem um miauuu…

Face to face
my lovely foe
Mouth to mouth
raining heaven's blows
Hand on heart
tic tac toe
Under the stars
naked as we flow
Cheek to cheek
the bitter sweet
Commit your crime in your deadly time

Commit your crime in your deadly time
It's too divine
I want to bend
I want this bliss but something says I must resist

Another life
another time
We're Siamese twins writhing intertwined
Face to face
no telling lies
The masks they slide to reveal a new disguise

You never can win
it's the state I'm in
This danger thrills and my conflict kills
They say follow your heart
follow it through
But how can you
when you're split in two?

And you'll never know
You'll never know

One more kiss
before we die
Face to face
and dream of flying
Who are you?
who am I?
Wind in wings
two angels falling
To die like this
with a last kiss
It's falsehood's flame
it's a crying shame
Face to face
the passions breathe
I hate to stay but then I hate to leave

And you'll never know
You'll never know . . .

On Air #1

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Thursday, October 12, 2006

Mailbox #10

Saturday, October 07, 2006

Cratera Vitória

A imagem obtida pelo High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE) da Mars Reconaissense Orbiter é simplesmente espectacular. A cratera Vitória com um diâmetro de 800 metros estava, desde o início da exploração em solo marciano, na mira dos geólogos devido à sua profundidade. Fazendo zoom é possível distinguir o rover próximo da fronteira da cratera.

O local escolhido para o rover Opportunity pousar foi a cratera Águia, cuja a profundidade é de apenas 50 centímetros. Depois o rover dirigiu-se para a cratera Endurance, com sete metros de profundidade, onde esteve seis meses. Comparando estes valores com os da cratera Vitória, que parece ter pelo menos 60 metros de profundidade, facilmente se percebe a euforia dos geólogos. Os estratos disponíveis em 60 metros podem dar indícios preciosos sobre o período onde a água corria na superfície marciana. Os cientistas vão poder recuar bastante no tempo geológico de Marte.

Esta cratera está localizada no Meridiani Planum, próximo do equador do planeta. O rover Opportunity demorou 21 meses terrestres a atingir esta cratera.

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Tuesday, October 03, 2006

Prémio Nobel da Física de 2006

O Prémio Nobel da Física de 2006 foi para John C. Mather e George F. Smoot. O primeiro foi o responsável pela coordenação do satélite COBE, lançado a 18 de Novembro de 1989, enquanto o segundo foi o principal responsável pela medição das pequenas variações na temperatura da radiação cósmica de fundo.

Este satélite permitiu encontrar ligeiras variações (uma parte em cem mil) na radiação cósmica de fundo, quando o Universo ainda era jovem. Pode parecer pouco significativo, mas na realidade esta descoberta é fundamental, na medida em que exibe como a matéria e a energia estavam distribuídas nesse Universo primitivo. Estas pequenas variações mostram que a matéria não estava distribuída de um modo uniforme. Mais tarde estas variações deram origem às galáxias e a grande estrutura do Universo. Se o satélite COBE não identificasse variações de energia na radiação de fundo, seria complicado explicar a origem das assimetrias do nosso Universo actual.

Esta radiação de fundo foi descoberta por acaso em 1965 por Arno Penzias e Robert Wilson. Apesar disso valeu-lhes o prémio Nobel da Física em 1978. Eles procuravam medir o ruído rádio do céu, mas em vez do diminuto valor que esperavam, captaram um ruído muito maior na antena de radio supersensitiva que estavam a construir. Aparentemente vinha de todas as direcções do firmamento. Fosse dia, fosse noite e mesmo com a mudança de estações o sinal mantinha-se igual. O que parecia ser um contratempo arreliante era afinal a impressão digital do Big Bang. O acontecimento no qual nasceu o nosso Universo. Há medida que o Universo foi envelhecendo, e como a energia disponível é sempre a mesma, cada região via a sua temperatura diminuir, pois a energia tinha de se espalhar por um volume cada vez maior. Ao ponto de, actualmente, a temperatura do Universo ser pouco acima do zero absoluto (2,7 K). O comprimento de onda de uma radiação com essa temperatura está na região do microondas. A relação entre o comprimento de onda da radiação e a temperatura é dada pela lei do deslocamento de Wien.

A imagem que o COBE obteve, na região de microondas, revela o nosso Universo como ele era 380000 anos depois do Big Bang. Antes dessa época, a existência de um equilíbrio térmico entre fotões e electrões impedia que estes fossem visíveis. Um electrão e um positrão podiam aniquilar-se originando um fotão e vice-versa. E basicamente era isso que acontecia por essa altura no Universo. Quando a energia do Universo diminuiu, por cada electrão e positrão que se aniquilavam, continuava a ser criado um fotão, mas este já não decaia em um electrão e positrão. Assim, o fotão ficava livre para caminhar pelo Universo. Por isso se fala da luz mais antiga do Universo.

Quase trinta anos de Arno Penzias e Robert Wilson terem ganho o prémio Nobel com a radiação de fundo, esta volta a premiar.

Prémio Nobel da Física de 2005