Friday, April 27, 2007

O génio vê os seus desejos realizados

Stephen Hawking, um dos físicos teóricos contemporâneos mais famosos, experimentou ontem pela primeira vez a sensação ausência de gravidade, em tudo semelhante à que é sentida pelos astronautas. Para um homem que sofre de paralisia muscular devido a uma doença neurológica degenerativa (esclerose lateral amiotrófica), a sensação de ver o seu corpo a flutuar num voo de gravidade zero, apesar de ter durado apenas 25 segundos, foi soberba. Hawking pensa já no próximo passo, uma viagem no espaço. A empresa "Zero G" torna possível a concretização destes sonhos. A vantagem de se ser um génio é que nos pagam para os realizar!

Esta paixão pelo espaço é natural para um cientista que tenta deslindar os mistérios mais profundos do Universo. Hawking afirmou anteriormente que a continuidade da espécie humana assenta na exploração de habitats e colónias fora do nosso planeta.

“Once we spread out into space and establish colonies, our future should be safe.”

Para alguns estas declarações podem parecer exageradas, mas por muito que nos assuste ou nos pareça ridículo, se não sentirmos necessidade de procurar outra morada, é porque provavelmente sofremos uma tragédia que destruiu o nosso planeta. Se isso não acontecer vai chegar o momento em que, mesmo com as melhores políticas ecológicas, será impossível ao nosso planeta gerar recursos para alimentar uma população gigantesca.

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Saturday, April 21, 2007

A satisfação dos sonhos realizados...

Charles Simonyi regressou hoje à Terra, depois de ter batido o recorde de permanência no espaço para turistas espaciais. Devido ao mau tempo a viagem deste bilionário demorou mais um dia do que o previsto. Mas o mais importante para Simonyi foi mesmo a possibilidade de realizar um sonho de infância.

Charles Simonyi, natural da Hungria, ganhou aos treze anos, num concurso espacial, uma viagem a Moscovo para conhecer um dos primeiros cosmonautas russos, Pavel Popovich. O espaço e a magia que este incute na maior parte de nós não o abandonou e o sonho de andar lá por cima foi finalmente realizado aos 58 anos.

Mas esta viagem teve mais uma estrela. O comandante da 14ª expedição Miguel Lopez-Alegria bateu o recorde norte-americano de permanência no espaço, com 215 dias. Pode parecer muito, mas o recorde mundial, de 438 dias no espaço, está na posse de Valery Polyakov desde 1995.

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Thursday, April 19, 2007

Querem dar uma voltinha em torno da Terra?

Só temos de estar atentos à lotaria de viagens espaciais anunciada por Buzz Aldrin.

Onde é que posso comprar os bilhetes? ;)

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Tuesday, April 17, 2007

On Air #5



O Projector Lunar faz hoje dois anos!

On Air #4

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Sunday, April 15, 2007

Preocupante ou ridículo?

(cliquem na imagem para ampliar)

Os criacionistas não desistem e continuam a querer uma suposta igualdade de tratamento entre a sua visão e aquela que a ciência defende. A noção de igualdade não tem qualquer validade quando o que está em causa são duas teorias oponentes, em que uma tem sido continuamente comprovada, e a outra subsiste devido à ignorância e ao fanatismo de pessoas que querem impor o modelo da criação do mundo em seis dias, apesar de nenhum dado científico o sugerir. Ao longo do século XX a cosmologia permitiu conhecer em grande detalhe o modo como se desenrolou a evolução do Universo, descartando qualquer possibilidade semelhante modelo ser verosímil. Não por acaso, a Igreja Católica assume hoje o carácter alegórico do Génesis. Mas essa sabedoria ainda não chegou aos criacionistas.

Seis dias não são suficientes, por exemplo, para a formação de estrelas. Só para ocorrer a dissociação entre matéria e radiação foi preciso esperar que a temperatura do Universo descesse até aos 3000 K, o que demorou aproximadamente 300 000 anos. A esta temperatura a radiação existente no Universo não tem energia suficiente para destruir os átomos criados, e os electrões são aprisionados pelos núcleos, formando os primeiros átomos estáveis, como hidrogénio e hélio. É nessa altura também que o Universo se torna “transparente” porque a dissociação entre matéria e radiação permite que os fotões fiquem livres possibilitando que estes cheguem até nós, tornando essa época visível nos satélites como COBE. Como se isso não fosse suficiente, a formação das primeiras estrelas de acordo com os últimos modelos só terá ocorrido entre duzentos e quatrocentos milhões de anos depois do Big Bang. Mesmo que o aparecimento das primeiras estrelas esteja sujeito alterações temporais, ninguém acredita que as primeiras estrelas possam ter precedido os primeiros átomos. Com estes dados a história dos seis dias é demasiado ridícula para poder ser levada a sério. Pior do que isso, as primeiras estrelas (ditas estrelas de população III) tinham propriedades bem diferentes da nossa estrela. O Sol é uma estrela de população I e foi preciso esperar mais de oito mil milhões de anos após o Big Bang para que nascesse.

Mas nos Estados Unidos isto é assunto de discussão e George W. Bush admite que os criacionistas têm direito a expressar o seu ponto de vista. É preciso que as pessoas percebam que em ciência o direito de transmitir uma dada informação ou interpretação da dinâmica da natureza implica uma concordância da teoria com os dados observados. Imagine-se que cada cientista exigia que a sua teoria fosse respeitada, mesmo que esta estivesse desfasada dos dados experimentais? Ridículo não é? Ao nível dos cientistas loucos que aparecem em muitos filmes. Mas é precisamente isto que os criacionistas pretendem. Espero que esta absoluta estupidez não atinja a Europa. Será que algum professor de Biologia português aceitaria leccionar a teoria do criacionismo?

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Sunday, April 08, 2007

Uma Páscoa espacial

O engenheiro responsável pelo desenvolvimento dos programas “Word” e “Excel” do Microsoft Office vai finalmente poder satisfazer o sonho de uma vida: ver a Terra do espaço. Charles Simonyi partiu ontem às 17:31 GMT do Cosmódromo de Baikonur no Cazaquistão. No próximo dia 9 a cápsula chegará à Estação Espacial Internacional (ISS). O comandante Fyodor Yurchikhin e o cosmonauta Oleg Kotov que acompanham o milionário norte-americano vão substituir os dois membros da 14ª expedição, o comandante Miguel Lopez-Alegria e o cosmonauta Mikhail Tyurin. Charles Simonyi vai regressar à Terra com os membros da 14ª expedição no dia 20 de Abril, deixando os seus colegas da 15ª expedição na ISS. A engenheira de voo Sunita Williams que fez parte da 14ª expedição permanecerá na ISS com os membros da nova expedição.

Charles Simonyi é o quinto turista espacial. Em 2001, o Norte-Americano Dennis Tito tornou-se no primeiro turista espacial. O Sul-Africano Mark Shuttleworth seguiu-lhe os passos em 2002, enquanto que o terceiro turista espacial, o Norte-Americano Greg Olsen teve de esperar por 2005. Em 2006 foi para o espaço a primeira turista espacial, Anousheh Ansari, uma Iraniana que adoptou a nacionalidade norte-americana.

A empresa Space Adventures proporciona estas viagens de sonho a troco de 25 milhões de dólares. Mas quem puder desembolsar ainda mais dinheiro (cem milhões de dólares) pode deslumbrar-se com a face escura da Lua.

Podem continuar a acompanhar esta aventura no sítio de Charles Simonyi.

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Friday, April 06, 2007

Estou com os Gatos!

Wednesday, April 04, 2007

Paisagem Digital #19

Monday, April 02, 2007

The Other Side of the Wind

Será que finalmente vamos poder ver um dos mais míticos filmes inacabados de Orson Welles? O primeiro destes filmes foi “It’s All True” ainda para a mítica RKO. O financiamento de Welles fora de Hollywood é quase tão legendário como os seus filmes. Actuava nos filmes de outros realizadores, emprestava a sua voz como narrador em muitos outros filmes e arranjava os financiadores mais improváveis, valia portanto quase tudo para concretizar mais um filme seu.

Entre estes financiadores esteve Mehdi Bousheri, cunhado de Mohammad Reza Pahlavi, o último Xá do Irão. Alegadamente Bousheri colocou um milhão de dólares à disposição de Orson Welles, para este realizar “The Other Side of the Wind”. Este filme foi feito entre 1970 e 1976. Infelizmente a queda da monarquia, em 1979, devido à Revolução Islâmica teve implicações na produção do filme. Problemas legais vedaram-lhe o acesso ao que filmou com o dinheiro de Bousheri. Os problemas continuaram mesmo depois da morte de Welles em 1985, devido a disputas legais entre os vários detentores de direitos deste filme.

Finalmente, em 2007, uma boa notícia para este filme. Peter Bogdanovich, que participou como actor, anunciou no Festival de Cinema da Flórida na passada sexta-feira que o impasse pode estar perto da sua resolução. Bogdanovich afirmou que depois de sete anos de negociações com um canal de televisão privado (Canal Plus?) este aceitou financiar a montagem dos negativos que Welles deixou em França. Dentro de dois meses o acordo deverá estar concluído.

De acordo com o realizador Peter Bogdanovich a montagem do material filmado vai demorar cerca de um ano, portanto este filme nunca irá estrear antes do segundo semestre de 2008.

O Projector Lunar fica a aguardar mais notícias sobre este filme. É verdade que só Welles poderia editar o seu próprio filme, mas a possibilidade de ver mais uma história imaginada por este realizador merece todo o esforço que Bogdanovich está a desenvolver.

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