Saraband - DVD

Só a edição da região 1 tem a duração correcta. Mas a vontade de voltar a ver este filme é tanta, que talvez acabe por comprar a edição portuguesa. Que razão haverá para haver duas versões do mesmo filme?
Minha alma é uma orquestra oculta; não sei que instrumentos tange e range, cordas e harpas, timbales e tambores, dentro de mim. só me reconheço como sinfonia.
Só a edição da região 1 tem a duração correcta. Mas a vontade de voltar a ver este filme é tanta, que talvez acabe por comprar a edição portuguesa. Que razão haverá para haver duas versões do mesmo filme?
Este dia é conhecido por ter sido a primeira projecção cinematográfica a ser paga por espectadores. Contudo, antes desta sessão famosa, houve outras destinadas a mostrar o cinematógrafo a empresários e inventores como os irmãos Lumière. A primeira destas, ocorreu a 22 de Março, num encontro da Société d’Encouragement à l’Industrie Nationale em Paris, onde apenas foi exibido o filme La Sortie de l'usine Lumière. Este filme, provavelmente feito no mês de Março, era projectado à velocidade de 16 fotogramas por segundo. Entre esta e a sessão de 28 de Dezembro houve ainda onze sessões privadas gratuitas para um público especializado. A patente do cinematógrafo, em nome dos irmãos Lumière, foi registada a 13 de Fevereiro desse ano.
Coloquei uma regra a mim próprio: só iria falar sobre filmes que já tivesse visto algumas vezes. As últimas estreias ficam assim de fora. A escolha recaiu sobre um filme do meu realizador preferido: Fritz Lang.
O filme escolhido foi Metropolis. É dos poucos filmes mudos que desperta curiosidade nas gerações mais novas. A versão de Moroder nos anos 80 e o videoclip da música Radio Ga Ga dos Queen muito contribuíram para isso. É assim que os filmes passam de uma geração para a outra, com homenagens e redescobertas. Eu não tenho dúvidas que a febre do DVD poderá, se o acaso proporcionar, criar uma vaga de cinéfilos. Como?
Quando um jovem não vê o cinema clássico, isso não significa que seja necessariamente imbecil ou ignorante. A empatia do espectador com um cinema que não lhe é próximo (não conhece as actrizes, os actores, sente-se desconfortável com a fotografia a preto e branco e por vezes há no máximo, uma banda sonora para compensar o facto de não se ouvir a voz destes) não parece ser muito provável. Será possível a um jovem vencer tanta contrariedade?
Felizmente para o cinema cada nova geração tem os seus cinéfilos. A cinéfilia não se constrói num fim-de-semana ou através da leitura dois ou três livros. É um processo que deve ser realizado ao longo do tempo. Sem darmos conta, o número de filmes, que vimos, vai aumentando. Aos poucos, começamos a estabelecer relações entre eles, sem esforço e isso incendeia a nossa paixão pelo cinema, tornando-a irreversível.
Os primeiros passos são os mais difíceis. Há quem veja cinema dos anos 30 desde muito novo; para outros, porém, isso só acontece na adolescência ou mesmo depois. Com o público habituado a explosões, som DTS, e actores que aparecem na televisão todos os dias, parece quase um milagre, que alguém se lembre de ver um filme como Metropolis…
Para mim a cinéfilia é uma reacção em cadeia, tal como as conhecidas reacções nucleares. O segredo dessas reacções é que cada neutrão pode desencadear a cisão do núcleo e desta resultam sempre mais neutrões, tornando o processo irreversível. O mesmo se passa com o cinema. Um dado filme pode-nos atrair de um modo especial. Isso desperta em nós a curiosidade e acabamos por querer saber mais sobre os filmes. Deixa de ser um mero entretenimento, para passar a ser algo mais. Alguns dos filmes tornam-se “nossos” por conseguirem comunicar connosco. Quando isso acontece, a nossa relação com o cinema nunca mais é a mesma. Durante o resto da nossa vida, iremos procurar no próximo filme, a sensação que tivemos nesse(s) filme(s) fundador(es).
Volto agora ao filme de culto do cinema mudo. Metropolis é um filme muito forte tanto visualmente, como na mensagem que passa através da imagem. Fritz Lang era muito crítico em relação aos seus próprios filmes. Não gostava particularmente deste pois dizia que a sua história era pouco verosímil. Talvez o argumento seja algo simplista, mas a força visual que o filme transmite, consegue suplantar a sua fragilidade argumentativa.
Em Metropolis a música assume também um destaque importante. No cinema mudo a partitura tinha muitas vezes um papel fundamental. A cada personagem ou situação era associado um motivo musical. Isso permitia, ao espectador, identificar o assunto que era discutido pelas personagens, mesmo sem intertitulos. O filme de Lang utiliza este estratagema múltiplas vezes.
Este texto já vai longo e portanto vou deter-me apenas nos primeiros minutos do filme. É necessário esperar algum tempo até aparecerem seres humanos. Inicialmente temos apenas maquinas que executam tarefas rotineiras, a grande velocidade, impondo um ritmo aparentemente colossal. Quando surgem os primeiros homens o contraste é absoluto. São os operários que dão vida à cidade, mas parecem estar desprovidos de vida e de qualquer personalidade. Vestem-se e caminham de igual modo e diferenciam-se apenas por um número. O ritmo dos primeiros minutos, onde acompanhamos as máquinas em acção, choca com a monotonia dos operários.
Não será a última oposição neste filme, elas vão suceder até ao fim. Ao entrarem no elevador, os operários ficam verdadeiramente imóveis. Surgem então intertítulos onde as palavras movem-se, tornando ainda mais flagrante o imobilismo dos operários. E depois de termos assistido à vida miserável dos operários, Lang leva-nos para as imagens idílicas de quem domina a sociedade. É quase cruel, assistir às brincadeiras lânguidas dos jovens, depois de ter visto a tristeza dos operários. Mas o aparecimento de Maria (Brigitte Helm) com os filhos dos operários, origina a tensão que será resolvida no fim do filme: como conciliar os operários com os seus dirigentes?
A imagem dos operários a caminharem sem alento, lembra-me sempre Modern Times de Charles Chaplin, onde este sobrepõe à imagem de carneiros, trabalhadores a entrarem numa estação do metro na hora de ponta. Também aqui o ritmo é marcado pela máquina e ao homem cabe apenas a companha-lo.
Curiosamente este ano Tim Burton também nos brindou com um formidável Charlie and the Chocolate Factory onde no genérico as máquinas empacotam o chocolate Willy Wonka sem a presença humana. As semelhanças com o início de Metropolis são visíveis. Também neste filme é abordado a questão a precariedade do emprego e da vida miserável dos empregados. O pai de Charlie também desempenha tarefas rotineiras como os operários de Metropolis. Contudo na Fabrica de Willy Wonka (Johnny Depp) temos talvez os operários mais divertidos da história do cinema: os Oompa Loompa (Deep Roy). São impossíveis de distinguir mas proporcionam-nos os momentos mais divertidos e corrosivos do filme.
Era para ser um pequeno texto, mas cada frase leva a outra, e de Metropolis cheguei a Tim Burton. É assim a paixão do cinema, nunca sabemos para onde nos leva um dado filme, tal como Dorothy Gale (Judy Garland) em Wizard of Oz, não sabe para onde vai a sua casa. E talvez se possa dizer que o desejo de cada cinéfilo, ao ver um filme numa sala de cinema, é viajar como Dorothy para Oz, a terra dos sonhos - e portanto - dos filmes!
O juiz John Jones de Dover, na Pensilvânia, deu razão aos pais que não concordavam com o ensino do “intelligent design” (ID), em paralelo com a teoria de Darwin. O juiz considerou que o ID não é uma ciência e não pode ser separada do criacionismo e portanto dos seus antecedentes religiosos.
Os defensores do ID aproveitam o politicamente correcto, que grassa na nossa sociedade, para exigir o ensino paralelo da sua teoria com o evolucionismo, cabendo depois aos alunos a decisão final sobre qual das duas teorias estaria certa.
Obviamente a comunidade científica nunca poderá aceitar isso. Para que haja uma discussão de igual para igual, entre duas teorias científicas divergentes, é necessário que ambos apresentem argumentos convincentes, baseados em provas.
Ora o grande argumento do ID é a impossibilidade do acaso ser suficiente para explicar a complexidade da vida na Terra. Isto não é uma prova! Para que isso possa ser aceite, eles teriam de provar esta afirmação. Albert Einstein também disse que a mecânica quântica não podia ser a teoria final. Na opinião dele, era apenas uma teoria aproximada da realidade, que seria suplantada por uma teoria superior. Ele tentou alcançá-la até ao fim dos seus dias, sem sucesso. Hoje o maior objectivo da física é precisamente atingir essa teoria, talvez seja esse afinal o maior legado de Einstein: o futuro.
Para os criacionistas actuarem de acordo com as regras da ciência, não podem simplesmente fazer uma afirmação, baseada apenas no senso comum, têm de obter um resultado ou uma prova que refute a teoria vigente. É assim que a ciência funciona! Eles teriam de provar que uma espécie actual ou extinta não era resultado de uma evolução natural.
Curiosamente acusam a ciência de não ter registos fósseis suficientes para descrever todas as etapas da evolução e no entanto não conseguem apresentar uma única prova da sua tese.
Podem ler mais sobre este assunto no blog Bad Astronomy.
Infelizmente análise do DVDBeaver ao DVD não é muito animadora: desde uma má restauração, até a um efeito de combing bastante visível, tudo parece convergir para uma má compra.
Era o DVD cimeiro na minha "wish list". Assim vou aproveitar para comprar este DVD:
O gráfico acima é totalmente elucidativo daquilo que estamos a fazer ao planeta. Retirei-o da BBC News.
A estrela com maior brilho aparente do nosso céu está a 8,57 anos-luz de nós e é designada por Sírio. Esta estrela pertence à constelação de Cão Maior. Em 1862, foi descoberto por Alvan Graham Clark que essa estrela tinha uma companheira muito discreta. Foi apelidada como Sírio B e mais tarde foi classificada como uma Anã Branca. O pequeno ponto branco que se vê na fotografia é Sírio B. Esta é 10 000 vezes menos brilhante do que Sírio.
A sua discrição, perante o brilho da sua companheira, tornava impossível determinar, com precisão aceitável, várias das suas propriedades, como a sua temperatura superficial e a sua massa.
Com o Hubble foi possível alcançar uma precisão muito maior. A equipa que utilizou o telescópio, liderada por Martin Barstow, obteve para Sírio B, uma massa cerca de 98 % da massa solar e uma temperatura exterior de 25 200 K.
Podem ler a notícia em mais detalhe no sítio do Telescópio Espacial Hubble.
O lançamento da missão New Horizons está previsto para 11 de Janeiro do próximo ano. Plutão é o único planeta do nosso sistema solar que ainda não foi visitado por uma sonda. A Voyager II permitiu recolher os primeiros grandes planos dos planetas Úrano e Neptuno. O encontro com Plutão e Caronte – um dos satélites desse planeta – será em Julho de 2015. Esta missão também poderá ver de perto os (ainda não confirmados) dois satélites descobertos este ano.
A New Horizons no entanto não vai ficar apenas por Plutão, pretende-se aproveitar esta missão para estudar os objectos da cintura de Kuiper. Hoje muitos argumentam que Plutão não deveria ser considerado um planeta, mas apenas, mais um dos objectos que se encontram nessa cintura. Para responder a esta questão é fundamental conhecer o maior número deles. Neste momento já se conhecem mais de oitocentos objectos destes. Esta exploração de acordo com os planos actuais irá decorrer entre 2016 e 2020.
Foi preciso esperar até aos anos noventa para que os primeiros corpos fossem descobertos. O primeiro destes objectos foi descoberto por David C. Jewitt e Jane Luu a 30 de Agosto de 1992 e foi baptizado como 1992 QB1.
Acredita-se hoje que, Tritão, o maior satélite de Neptuno, foi um antigo objecto da cintura de Kuiper, tendo sido capturado por este. O facto de ter uma rotação inversa daquela que tem o próprio planeta, e uma órbita que não é efectuada no plano equatorial de Neptuno, sugere que é objecto capturado.
Labels: Plutão, Sistema Solar
Volto novamente aos Peanuts com uma personagem conhecida pela sua fraca prestação escolar, embora, pelo contrário, seja uma exímia jogadora de basebol. As personagens de Charles Schulz são sempre assim: com qualidades e fraquezas. Para verem melhor a imagem só precisam de carregar nela.
Publicado pela primeira vez a 8 de Dezembro de 1969.
Tradicionalmente a revista aproveita os números “double zéro” para uma edição diferente. Para isso é convidado um realizador. Para o número 600 foi Takeshi Kitano. Ele brindou os leitores da revista com “Ciné-Manga”. Sessenta e nove fotografias tiradas por Kitano permitem criar várias fotonovelas. Os leitores também eram convidados a realizar as suas próprias histórias.
A edição de Dezembro (nº 607) é feita “avec Michel Piccoli”. Um número dedicado à obra de um dos actores mais estimados do cinema francês. Desde comentários sobre os filmes em que ele participou, até elementos mais pessoais, como as acartas que ele recebeu. Uma delas é de Fritz Lang. É por tudo isto que continuo a comprar esta revista religiosamente.
O último álbum de Tardi foi editado por Les Humanoïdes Associés. Trinta anos depois de Griffu, Tardi volta a adaptar Jean-Patrick Manchette em Le Petit Bleu de la côte Ouest.
Está escolhida a minha próxima compra de BD!
Labels: BD
Será o cérebro humano o laboratório preferido da ciência do século XXI?
A editora Eureka com a colecção “Masters of Cinema” está a conquistar os cinéfilos a cada novo DVD, tornando-se assim na única editora a poder rivalizar com a Criterion. Longe vão os tempos de edições deploráveis como, por exemplo: “Scarlet Street” e “Faust”.
Esta colecção procura trazer ao consumidor unicamente, filmes previamente restaurados, acompanhados com impecáveis livrinhos e recheados de extras verdadeiramente úteis. Neste mês não haverá nenhum novo DVD. No entanto, os lançamentos dos novos DVDs, para o início de 2006, já estão delineados:
Janeiro:
Assassination (Masahiro Shinoda, 1964) - #20
The Savage Innocents (Nicholas Ray, 1959) – #26
Twenty-Four Eyes (Keisuke Kinoshita, 1954) - #18
The Prisoner of Shark Island (John Ford, 1936) - #22
Toni (Jean Renoir, 1935) - #28
Abhijan (Satyajit Ray, 1962) - #27
Abril:
Faust (F. W. Murnau, 1926) - #24
Buster Keaton - The Short Films, 1917-1923 - #30