Saturday, September 30, 2006

Paisagem Digital #16

Continuo a série “Paisagem Digital” com as pinturas presentes na exposição “Grandes Mestres da Pintura Europeia”.

Paisagem Digital #15

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Wednesday, September 27, 2006

Jupiter by New Horizons

Depois de Messier 7, a LORRI obteve a sua primeira imagem do planeta Júpiter. A foto foi tirada a 4 de Setembro, a uma distância de 291 milhões de quilómetros. A 28 de Fevereiro do próximo ano a New Horizons fará a sua maior aproximação a este planeta. Nessa altura iremos dispor de novamente de mais fotografias deste, para acrescentar às obtidas pelas sondas pioneiras Pioneer 10 e 11, Voyager 1 (foi com imagens desta que vimos pela primeira vez os anéis de Júpiter) e Voyager 2 (as duas Voyager mostraram que Io apresenta actividade vulcânica) e mais recentemente a Sonda Galileu (as imagens desta sugerem que há um oceano debaixo da superfície gelada do satélite Europa).

Para já, nesta foto, podem ver-se os satélites Io e Europa e as respectivas sombras no gigante gasoso.

Tuesday, September 26, 2006

Eris & Dysnomia

No futuro, Xena e Gabrielle, vão ser apenas recordações de astrónomos que viveram este período de mudanças. A 13 de Setembro, o outrora décimo planeta (actualmente pertence à categoria dos planetas anões), foi oficialmente designado como Eris e o seu satélite como Dysnomia.

Mike Brown, Chad Trujillo e David Rabinowitz baptizaram o planeta anão e o seu satélite, sendo a escolha deles aprovada por unanimidade. Leiam o que levou à escolha destes nomes na página deles dedicada às suas descobertas.

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Sunday, September 24, 2006

Peanuts #10

(cliquem na imagem para ampliar)

Publicado originalmente a 5 de Julho de 1960.

Peanuts #9

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Wednesday, September 20, 2006

Cahiers du cinéma #615

A Cahiers du Cinéma de Setembro tem na capa Bryce Dallas Howard. Depois de Lady in the Water ter sido arrasado pela crítica norte-americana, os Cahiers colocam-se do outro lado da barricada. Esta revista sempre gostou de ser do contra e é, em parte, por isso que se tornou mítica. Nos anos 50/60 o “bom” cinéfilo “deveria” gostar do cinema neo-realista, aquele que abordava os problemas e as pessoas reais, a malta dos Cahiers divertia-se e defendia com fervor Hitchcock e Hawks, entre outros.

Os Cahiers inovaram precisamente ao darem relevo e substância a um cinema onde os outros apenas viam banalidades. Ao contrário do que muitos pensam, o cinema de autor já tinha sido descoberto nos anos 20 e 30 com os filmes de Murnau, Dreyer e Sjöström. A inovação dos Cahiers está em atribuir a marca de autor a cineastas que faziam comédias, policiais, thrillers e até "coboiadas", tudo num registo aparentemente trivial.

Na altura, esta visão era tão ridícula que até os realizadores em causa negaram para os seus filmes o estatuto intelectual que os rapazes da revista de capa amarela lhes queriam dar. Mas os jovens turcos não se intimidaram e ganharam a sua aposta. A presença de Fritz Lang, em Le Mépris, interpretando um realizador é não só uma homenagem, mas acima de tudo uma prova da passagem de testemunho e do reconhecimento entre gerações.

Essa tradição, felizmente, não morreu e, ao longo dos anos, tem provocado bastantes atritos com alguns dos seus leitores mais circunspectos. Provavelmente alguns destes desconhecem as origens desta revista que valeram a Godard, Truffaut, Rohmer, Chabrol e Rivette serem apelidados de jovens turcos. Batman, nos anos 80, e Titanic, nos anos 90, foram dois dos filmes que os Cahiers defenderam, dando-lhes méritos que os seus leitores habituais não viam. Quem seria capaz de ser tão severo com o filme de Tim Burton hoje em dia? O filme de James Cameron talvez não seja tão consensual, mas mesmo assim está longe de ser apenas um filme piegas como o classificaram na altura.

Será que este filme de M. Night Shyamalan será mais um dos filmes a integrar tão ilustre galeria? Deste realizador apenas não aprecio particularmente o primeiro filme. De Unbreakable até The Village os filmes de Shyamalan agradaram-me cada vez mais. Os filmes dele constroem-se sempre a partir de uma fronteira. Esta define o papel das personagens nos seus filmes. O famoso twist do seu primeiro filme brinca, precisamente, com a noção de fronteira: entre a vida e a morte. Em Unbreakable a separação dá-se entre os que têm um dom e os outros. Bruce Willis (David Dunn) e Samuel L. Jackson (Elijah Price) interpretam as personagens com um dom. Um verdadeiro filme de super-heróis. A perfídia de Elijah desperta David e leva-o a perceber que é diferente dos demais, na famosa sequência do aeroporto. Perante o dom, Elijah e David seguem caminhos opostos. O primeiro encarna o egoísmo absoluto, enquanto David, quase um Cristo (não é por acaso que a revelação se dá quando este tem os braços esticados), perante o seu Dom investe-se da missão de acudir os outros, os que não nasceram com o Dom. Ambos são os extremos um do outro: a noite e o dia.

No filme seguinte, Signs, a fronteira começa por ser entre os terráqueos e os extraterrestres. Mas o realizador dá ao filme um carácter fortemente religioso e a verdadeira divisão deste filme é entre os crentes e os não crentes. Entre quem acredita que tudo não passa de coincidências e os que preferem crer em sinais. Os primeiros acreditam que o acaso rege as nossas vidas, enquanto os segundos crêem que alguém nos protege. Pulp Fiction não anda longe daqui. Mas se Tarantino deixa para o espectador a decisão última, Shyamalan, na sequência final, esfrega a sua crença nos olhos do espectador.

No último filme, para mim o melhor deste realizador, essa fronteira é ameaçada em cada segundo do filme. Uma comunidade vive isolada num tempo e espaço incertos. Mas cada personagem sente uma apetência enorme pelo outro lado, que é proibido. Só um louco ou alguém completamente inocente teria forças para conhecer o que há do lado de lá. Shyamalan dirige o nosso olhar precisamente para aí. Ele quer que o seu espectador tenha inocência e loucura para acreditar no seu imaginário. Mesmo que no fim, nos revele a realidade e a magia nos escape. Shyamalan sabe que isso não é importante. O que conta é a viagem que alguns espectadores fizeram. Por isso o facto dos ETs aparecerem em Signs é tão irrelevante. Ele fez o filme inteiro a pensar unicamente na sequência em que o reverendo Graham Hess (Mel Gibson) percebe que afinal tudo tem um sentido: Deus existe! Shyamalan deseja que o seu espectador tenha feito a mesma viagem.

No fundo, para Shyamalan, o espectador divide-se em dois grupos: os crentes e os ateus. Os que acreditam na fábula que o realizador lhes conta e os que a rejeitam. Para este, alguns espectadores têm um dom especial: a capacidade de acreditar em fábulas. Algo que aparentemente parece ser difícil com Lady in the Water. Eu, sendo um dos que entrou no mundo mágico de Shyamalan, espero voltar a sair do novo filme dele como tendo viajado para o outro mundo. Aquele a que só acedemos nas artes ou na nossa imaginação.

Wednesday, September 13, 2006

Mailbox #9

Sunday, September 10, 2006

Paisagem digital #15

Les Cypres - 1907

Vi este quadro na exposição temporária do Museu Nacional de Arte Antiga esta semana. Podem ver alguns dos quadros presentes nesta exposição na página dedicada à colecção de arte do Doutor Gustav Rau. A exposição reúne 95 quadros de uma colecção com cerca de 800. Destes noventa e cinco interessavam-me, principalmente, aqueles dedicados ao impressionismo e ao fauvismo.

Estava especialmente interessado nos quadros do meu impressionistas preferido: Claude Monet. Nesta exposição há quatro quadros dele e o meu destaque vai para “Casas na Neve na Noruega”. Quase sem motivo, apenas uma casa numa paisagem branca. Mas é sem dúvida uma pintuira ideal para perceber o que movia os impressionistas. Pintar a realidade como ela era e não como a imaginávamos. Assim aquela paisagem deixava de ser um branco puro, para adquirir várias tonalidades, desde o rosa ao creme, passando pelo cinzento. Estão lá todas as variações possíveis com a cor branca!

Mas devo dizer que o quadro dedicado à história bíblica de David e Golias, da autoria de Guido Reni, também me ficou na memória. Principalmente a armadura que Golias envergava e o rosto imberbe de David. A fragilidade do segundo e o poderio do primeiro criam um tal desequilíbrio, que quase parece impossível que uma funda tenha sido suficiente para derrotar o gigante. A espada acima de David, preparada para degolar o gigante Golias, e o ar atordoado de Golias, convencem-nos da vitória do primeiro. Mas talvez, numa pintura tão limpa, e de tons escuros, o rasto de sangue, num vermelho vivo, na cabeça de Golias e na pedra que o atingiu, seja ainda mais eficiente.

Curiosamente, lembro-me de uma história do Universo Marvel, onde os super-heróis venciam Galactus. Também ai era um combate entre David e Golias. Enfrentar um ser que existia desde o princípio dos tempos e que nem o poderoso Mefisto o conseguiu derrotar, dá bem a dimensão do poder desse semi-Deus. Para vencerem Galactus, Mr. Fantastic utiliza o seu corpo como uma funda, que catapulta O Coisa contra o alienígena, levando-o a cair inconsciente, no chão. E não me parece que isto seja uma mera coincidência…

É sem dúvida uma exposição a visitar. Aproveitem os últimos dias pois esta termina a 17 deste mês.

Paisagem Digital #14

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Wednesday, September 06, 2006

Lamentável

George W. Bush assumiu, pela primeira vez, a existência de prisões secretas fora dos Estados Unidos. O presidente norte-americano reconheu também os voos secretos, com escalas em países europeus, entre essas prisões e Guantánamo. Tudo isto, segundo Bush, em nome da segurança. Mas quando o Ocidente também utiliza a tortura e infringe os direitos humanos que diferença há entre "nós" e os supostos terroristas?

O segundo mandato de George W. Bush vai ficar como um dos maiores erros dos eleitores norte-americanos. Que chegue rapidamente 2008!

Saturday, September 02, 2006

De volta...

A máquina fotográfica de alta resolução – Long Range Reconnaissance Imager (LORRI) – que a sonda New Horizons possui, foi utilizada pela primeira vez. A escolha recaiu sobre um aglomerado de cerca de oitenta estrelas, Messier 7, mas o objectivo real é verificar se a LORRI estará em condições de oferecer imagens de alta resolução de Plutão, Caronte, Hydra e Nix, lá para 2015.

Este mês de Agosto vai entrar para a história da astronomia como aquele em que o número de planetas do Sistema Solar encolheu. Depois de ter sido despromovido à nova categoria de planeta anão, Plutão, continua, ainda assim, a ser muito estimulante, até porque a informação sobre ele não abunda. Mas anda por ai uma petição para que Plutão não perca o estatuto de Planeta. Mas voltar atrás implica, a longo prazo, uma inflação do número dos planetas do Sistema Solar. Foi, precisamente, para evitar isso que a IUA decidiu criar a nova classificação de “planeta anão”.

Mas as novidades do mês de Agosto não se ficam por aqui. A sonda Voyager 1, no dia 15 de Agosto, passou a distar do Sol, uma distância de 100 UA, sendo o primeiro engenho fabricado pelo Homem a consegui-lo. Apesar de ter sido lançada depois da Pioneer 10, a Voyager 1 ultrapassou-a 17 de Fevereiro de 1998, afastando-se depois, progressivamente, cada vez mais. Um mês cheio de novidades astronómicas!

Entretanto, foi apresentado anteontem, no Festival de Veneza, o filme mais aguardado por mim: “The Black Dahlia” de Brian de Palma. Para finalizar a polícia norueguesa recuperou dois quadros desaparecidos de Edvard Munch.

Com tanta notícia e novidade estava na altura do Projector Lunar voltar ;)