
Não compreendo as
posições radicais de certos sectores da Igreja Católica. A intransigência em relação à Interrupção Voluntária da Gravidez e ao uso do preservativo merecem a minha completa reprovação. Felizmente nem todos os sectores desta igreja são tão desligados da sociedade contemporânea. Porém, o séquito de Bento XVI parece ser um autêntico ninho de retrógrados. Como é que um cardeal de uma igreja, supostamente humanista, pode pedir aos crentes da sua fé que cessem o apoio à
Amnistia Internacional, apenas por esta ter assumido que em caso de violação ou quando a vida da mulher está em perigo esta deve poder abortar? Note-se que esta posição é bastante moderada, pois só em situações extremas a AI advoga a pratica do aborto. Espanta-me que o Vaticano não tenha excomungado os portugueses por estes terem votado e dado a sua aprovação a uma lei muito mais liberal no que toca à IVG.
A Igreja Católica com este tipo de postura afasta progressivamente os crentes moderados e dá uma oportunidade às seitas de florescerem. E esse é o verdadeiro problema. A Igreja Católica já teve o poder e percebeu (ou pelo menos alguns sectores perceberam) como este pode ser muito mal utilizado. Infelizmente as novas religiões ainda não passaram por essa fase. E por isso são verdadeiramente perigosas!
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