Submissa - Fiódor Dostoiévski
O escritor russo publicou outras novelas, entre as quais: Noites Brancas em 1848. Curiosamente quer esta, quer a que eu li hoje, foram adaptadas ao cinema pelo mesmo realizador: Robert Bresson. Esta última deu origem ao filme Quatre Nuits d’un Rêveur em 1971; enquanto que a Submissa foi adaptada ao cinema em 1969, com o título original de Une Femme Douce.
Ainda não tive oportunidade de ver nenhum destes filmes, mas ambas são um desafio para qualquer realizador, pois como qualquer obra de Dostoiévski, acção passa-se principalmente na mente das personagens e nos pensamentos destas. A melhor demonstração disso está no momento mais dramático de Submissa, onde esta aponta uma arma ao seu marido. No entanto esse episódio que se prestava a uma violência física inusitada, acaba por ser apreendido pelo leitor somente através dos pensamentos do narrador.
Ao dar à novela Submissa uma narrativa algo desordenada, Dostoiévski procura ilustrar o funcionamento da mente de um esquizofrénico. Nas Noites Brancas é utilizado um recurso semelhante: para mostrar a languidez de um eterno sonhador, Dostoiévski recorre a uma narrativa pausada, onde o sonhador está em constante monólogo. Ambas as histórias tem um dado momento onde a personagem masculina parece sair da sua letargia ou isolamento, mas quer num caso, quer no outro é demasiado tarde.
Labels: Conto, Ficções, Fiódor Dostoiévski, Robert Bresson
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