Thursday, September 29, 2005

The Night of the Hunter (1955)

Faz hoje 50 anos que The Night of the Hunter estreava na cidade de New York. Charles Laughton realizou somente este filme. A crítica e o público americano foram impiedosos para o filme. Era demasiado artificial e artístico, diziam. Contudo os anos provaram que estavam errados. É para mim um dos filmes mais belos de sempre. Essa beleza nasce do antagonismo entre a luz e a escuridão. Como se neste filme só houvesse lugar para eles. O resultado é uma fábula rural com contornos claramente expressionistas, onde tudo parece estar subordinado à dicotomia entre luz e sombra. Mas essa oposição estende-se para além do ambiente. Encontra-se na face serena de Robert Mitchum (Harry Powell) que irradia uma beleza demoníaca em contraste com o rosto crispado de Lillian Gish (Rachel Cooper). Mitchum cria aqui um dos vilões mais pérfidos da história do cinema. Mitchum cria aqui um dos vilões mais pérfidos da história do cinema.

Não são só as famosas palavras Love/Hate que o tornam bizarro; é sobretudo o contraste entre a sua aparente bonomia e os seus intentos expressos no olhar, que incomodam o espectador e as outras personagens. Também Gish é uma personagem contraditória, pois o seu corpo frágil esconde a determinação do seu olhar e das mãos que seguram a espingarda. É as crianças ou mais precisamente aquilo que elas têm que ele persegue. Mas isso será apenas o pretexto para nos deliciarmos com fabulosas imagens debaixo de água, uma reutilização da íris como recurso narrativo e uma viagem ao longo de um rio por parte das crianças.

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