Wednesday, June 14, 2006

Les Génies de la Science: Planck

A vida científica e política de Planck parecem ser a imagem uma da outra. Na física, apesar de ter aberto a porta para a mecânica quântica, manteve sempre uma postura conservadora: nunca aceitou a interpretação, de Max Born, das soluções da equação de Schrödinger, como ondas de probabilidade.

Na política, foi um dos físicos alemães que pactuou com o regime nazi. Planck fez inclusive a saudação nazi. A sua ligação ao regime nazi, segundo ele, foi a melhor forma de proteger a ciência alemã. Mas, no final da sua vida, a sua casa foi destruída, a sua filha tentou suicidar-se e o seu filho foi fuzilado pelos nazis.

A vida de Planck é talvez um dos melhores exemplos de que o compromisso muitas vezes não é a solução. Contra a opressão e a soberba dos “iluminados” a resistência, desde o início, é a única resposta.

Talvez por isso, um dos meus cineastas preferidos é Fritz Lang. Os heróis dos seus filmes são, muitas vezes, os únicos que resistem, contra aquilo que os outros aceitam, apesar de não gostarem. Há no herói Langiano uma solidão, que é o resultado da sua falta de compromisso em relação ao poder nefasto. Nos filmes de Lang, quem detém o poder, conquistou-o de um modo perverso e mantém-no da mesma forma. O legendário pessimismo deste realizador na espécie humana, devia-se a ele saber que, na maioria das vezes, as pessoas preferem pactuar com o tirano, a fazer-lhe frente. A inércia do ser humano era a causa do seu pessimismo. Um homem que disse:

Once one has started something, one cannot escape from it. But, despite that, I have always wanted to show and define the attitude of struggle which people should adopt in the face of fatal events. It is not important or essential to be victorious in the fight, it is the fight itself which is important and vital.

É esta batalha que muitas vezes não travamos. E sem ela nunca poderemos cantar vitória.

2 Comments:

Blogger SIPO said...

Nos tempos que correm este post inspira!
Reconheço a minha ignorância cinematográfica, acho que vou ter mesmo de explorar a obra de Fritz Lang :)

12:49  
Blogger brunobd said...

:)

Durante muito tempo recusei-me a escolher um realizador, pois cada um tem grandes e pequenos filmes. Mas Fritz Lang conseguiu contrariar esta minha ideia. Ainda não vi um filme fraco dele!

Curiosamente, apesar de defender a liberdade do ser humano nos seus filmes, era um autêntico ditador na feitura destes, sempre à procura do plano e da sequência perfeita... e isso nota-se ;)

17:12  

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