Thursday, November 30, 2006

Ficções #14

O número 14 da Ficções já está disponível. Tornou-se um hábito comprar esta revista. É um óptimo meio para conhecer autores poucos conhecidos, ou para ler obras menos conhecidas de autores consagrados. O sul-africano J. M. Coetzee com “À Medida Que Uma Mulher Envelhece” é aquele que me desperta mais a curiosidade.
Ficções #12

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Wednesday, November 29, 2006

11 de Fevereiro de 2007

O referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez já tem data! Eu pessoalmente acredito que desta vez o "sim" vai ganhar. Afinal, apenas o "não" pretende conduzir as mulheres para um caminho único. O "sim" dá à mulher a liberdade de optar por prosseguir a gravidez ou interrompê-la.

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Wednesday, November 15, 2006

Está aprovada!

Friday, November 10, 2006

On Air #3

O grupo Muse é uma descoberta recente, da minha parte, mas rapidamente me deslumbrou. Em Setembro de 2006 editaram um novo album “Black Holes and Revelations”. “Starlight” faz parte desse album e é uma das minhas canções preferidas deste grupo.

Far away
The ship is taking me far away
Far away from the memories
Of the people who care if I live or die

Starlight
I will be chasing the starlight
Until the end of my life
I don't know if it's worth it anymore

Hold you in my arms
I just wanted to hold
You in my arms

My life
You electrify my life
Let's conspire to ignite
All the souls that would die just to feel alive

But I'll never let you go
If you promised not to fade away
Never fade away

Our hopes and expectations
Black holes and revelations
Our hopes and expectations
Black holes and revelations

Hold you in my arms
I just wanted to hold
You in my arms

Far away
The ship is taking me far away
Far away from the memories
Of the people who care if I live or die

And I'll never let you go
If you promise not to fade away
Never fade away

Our hopes and expectations
Black holes and revelations
Our hopes and expectations
Black holes and revelations

Hold you in my arms
I just wanted to hold
You in my arms
I just wanted to hold

On Air #2

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Wednesday, November 08, 2006

Nancy Pelosi

Os Democratas ganharam a Câmara dos Representantes e, pela primeira vez, será uma mulher a liderá-la: Nancy Pelosi. Mas os Democratas podem também controlar o Senado. Basta para isso assegurar a vitória no Estado de Virginia. Os resultados dos Republicanos foram pior do que o esperado e Donald Rumsfeld, o principal mentor da política agressiva de George W. Bush, teve de pedir a demissão.

Parece que finalmente os norte-americanos começaram a perceber que a política dos neo-conservadores não resolveu o problema do terrorismo, não é capaz de fazer face aos desafios tecnológicos, ambientais, sociais... em suma precisam de ser reciclados!

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Tuesday, November 07, 2006

Saddam Hussein

“A tragédia do homem, cadáver adiado, como lhe chamou Fernando Pessoa, não necessita dum remate extemporâneo no palco. É tensa bastante para dispensar um fim artificial, gizado por magarefes, megalómanos, potentados, racismos e ortodoxias. Por isso, humanos que somos, exijamos de forma inequívoca que seja dado a todos os povos um código de humanidade. Um código que garanta a cada cidadão o direito de morrer a sua própria morte.

Miguel Torga

Será necessário condenar um ditador à morte?

Isto só serve para desestabilizar o Iraque. E, naturalmente, depois de ser enforcado, Saddam Hussein, tornar-se-á um símbolo de resistência. Será que George W. Bush e o Governo iraquiano não percebem que uma pena de prisão prolongada (sem ser prisão perpetua) seria muito melhor para o futuro do Iraque? Se tivesse de cumprir uma pena numa prisão iraquiana, daqui a dez anos, Hussein faria parte do “caixote do lixo” da história. Com o seu enforcamento, pelo menos para os sunitas, será um mártir a ser vingado.

O enforcamento de Saddam Hussein ajudará a separar as águas entre os colaboracionistas e os resistentes. Aqueles que são abertamente contra a interferência dos Estados Unidos no Iraque, nunca irão perdoar aos que aceitaram todas as ordens de Bush e dos seus falcões. A ferida na sociedade iraquiana será tão profunda, que dificilmente irá estancar nos próximos anos. Os sunitas irão querer vingar-se da morte do seu líder natural e a paz será uma utopia no Iraque.

Afirmar que o enforcamento de Hussein é um erro político, felizmente, já não implica que sejamos acusados de sermos uns perigosos esquerdistas. Infelizmente muitos soldados norte-americanos tiveram de perder a vida, para algumas pessoas começarem a perceber isto. Aníbal Cavaco Silva e Tony Blair nunca poderão ser acusados de ser uns revolucionários de esquerda, mas também eles condenam a sentença decretada. A União Europeia, naturalmente, também discorda desta decisão do tribunal que julgou o antigo ditador iraquiano.

O fim da pena de morte é um dos factores estruturantes da nossa civilização Ocidental. Acabar com ela seria o fim de um dos valores europeus supremos: a importância de cada individuo. Com esta condenação estamos a contribuir para a verdadeira vitória de Osama bin Laden e daqueles que querem destruir o Ocidente e os seus ideais.

Há duas razões principais para a não existência da pena de morte. A primeira prende-se com a possibilidade de erro dos tribunais. Se houver um engano, podemos devolver a liberdade a um preso, mas até hoje nenhum médico conseguiu ressuscitar um morto!

O segundo, mais importante e estrutural, está no valor primordial da vida humana. Curiosamente, aqueles que falam dos direitos do feto, no caso da despenalização do aborto, são os primeiros a defender a pena de morte.

A filosofia por trás do fim da pena de morte – Portugal foi um dos primeiros países europeus a aboli-la, um facto do qual nos devemos orgulhar – está nessa defesa intransigente da vida humana. Só a natureza, o próprio (suicídio ou eutanásia) ou Deus (para os crentes) podem verdadeiramente terminar com aquilo que é o nosso bem mais precioso: a vida. Defender isso, implica manter vivos os piores criminosos, como é o caso de Saddam Hussein, mas tal é necessário para que não comecem as excepções.

Quem defende a pena de morte, afirma que a vitima tem o direito de vingar a sua dor. Quem assim pensa, não percebe que o Direito actual assenta numa perspectiva completamente oposta. Actualmente, a prisão não é vista com um castigo, sendo antes, uma forma de levar o criminoso a reflectir nas suas actividades. O Direito quer a regeneração do criminoso e não a sua humilhação ou degradação.

O pior para uma vítima é que, mesmo a execução mais vil, não lhe apaga as sequelas, nem lhe devolve os entes queridos que possa ter perdido. Nenhuma morte traz de volta aquilo que perdemos!

Eu, pessoalmente, sou favorável a que um incendiário trabalhe numa unidade de queimados de um hospital. Assim poderá constatar o mal que pode causar ao lançar o fogo a uma floresta. Mas quando oiço pessoas a afirmar que eles deviam ser colocados no meio do fogo, pergunto-me se serão verdadeiramente pessoas que assim falam ou animais?

Por outro lado, em regimes não democráticos a pena de morte é utilizada para silenciar, de modo cobarde, os opositores políticos. Abolir a pena de morte seria uma das armas mais eficazes para acabar de vez com as ditaduras. Talvez, depois, já não fosse preciso invadir estados soberanos em nome da liberdade…

É por tudo isto que eu quero acordar amanhã com a notícia da derrota categorica de George W. Bush e das suas políticas reaccionárias, despropositadas, infelizes e, acima de tudo, erradas.

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