Friday, June 30, 2006

Paisagem digital #14

Saut du Lapin (1911) - Amadeo de Souza-Cardoso
Paisagem Digital #13

Labels: ,

Thursday, June 29, 2006

Peanuts #8

Publicado originalmente a 13 de Março de 1969.

Peanuts #7

Labels: ,

Tuesday, June 27, 2006

Hydra e Nix

Deixei escapar esta notícia mas, mesmo assim, não resisto a colocá-la aqui. Já foi atribuído uma designação oficial às duas luas de Plutão descobertas o ano passado. Assim, a Lua P1 foi baptizada como Hydra, enquanto a Lua P2 vai ser conhecida como Nix.

Labels: ,

Saturday, June 24, 2006

Countdown...

O maior acelerador de partículas, Large Hadron Collider (LHC), vai entrar em funcionamento em Novembro de 2007. Mas só na Primavera de 2008 os feixes de protões vão atingir, no momento da colisão, a impressionante energia de 7×1012eV (7 TeV). Como são dois feixes, a energia total disponibilizada será de 14 TeV.

Para se ter a ideia do que essa energia representa, a massa dos protões é, aproximadamente: 0,9×109eV/c2 (0,9 GeV/c2). Comparando esta energia, com a que os feixes de protões atingem no momento da colisão, constata-se que a energia destes, aumentou, por um factor superior a mil!

No LHC vão decorrer quatro experiências. As duas mais conhecidas são: Atlas e CMS. As outras duas são: LHCb e ALICE. Com o início das actividades no LHC, espera-se que o CERN volte a desempenhar um papel decisivo na física de partículas. Uma das suas primeiras missões será obter a massa do quark Top com maior precisão, assim como o fugidio bosão de Higgs. Mas aquilo que entusiasma os físicos é a possibilidade das experiências no LHC permitirem testar a validade de algumas das teorias, pós Modelo Standard, como a Supersimetria (SuSy).

Labels:

Wednesday, June 21, 2006

Mailbox #6

Nunca vi Kwaidan, mas o pouco que li sobre ele levou-me a arriscar. O DVD da colecção Masters of Cinema chegou hoje à minha caixa de correio. Este filme é constituído por quatro histórias que tocam o sobrenatural. Na realidade este invade as suas vidas.

Este DVD tem o melhor booklet da minha colecção. São 72 páginas com os quatro contos que inspiraram o filme. Ao contrário dos booklets habituais, com agrafos, este tem uma lombada. Fiquei a saber, neste livrinho, que apesar do filme ter ganho o Prémio Especial do Júri do Festival de Cannes, em 1965, na altura só foram exibidas três contos: faltou “The Woman in the Snow”.

Este DVD já foi editado pela Criterion mas, apesar da cor apelativa deste, os louvores vão para a edição da MoC: podem ler as comparações no DVDBeaver e no DVD Outsider.

Entretanto na próxima segunda-feira chega às lojas Faust de Murnau, da mesma editora.

Mailbox #5

Labels: , ,

Saturday, June 17, 2006

On Air #1

Depois de Peanuts, mais uma rubrica mensal. A partir de agora, podem ler as minhas entradas ouvindo música. A minha ideia é escolher músicas que permitam a fusão entre esta, o cinema e a ciência. Para começar: David Bowie e a canção Life on Mars?

It's a God awful small affair
To the girl with the mousy hair,
But her mummy is yelling, "No!"
And her daddy has told her to go,
But her friend is no where to be seen.
Now she walks through her sunken dream
To the seats with the clearest view
And she's hooked to the silver screen,
But the film is sadd'ning bore
For she's lived it ten times or more.
She could spit in the eyes of fools
As they ask her to focus on

Sailors
Fighting in the dance hall.
Oh man! Look at those cavemen go.
It's the freakiest show.
Take a look at the lawman
Beating up the wrong guy.
Oh man! Wonder if he'll ever know
He's in the best selling show.
Is there life on Mars?

It's on America's tortured brow
That Mickey Mouse has grown up a cow.
Now the workers have struck for fame
'Cause Lennon's on sale again.
See the mice in their million hordes
From Ibiza to the
Norfolk Broads.
Rule Britannia is out of bounds
To my mother, my dog, and clowns,
But the film is a sadd'ning bore
'Cause I wrote it ten times or more.
It's about to be writ again
As I ask you to focus on

Sailors
Fighting in the dance hall.
Oh man! Look at those cavemen go.
It's the freakiest show.
Take a look at the lawman
Beating up the wrong guy.
Oh man! Wonder if he'll ever know
He's in the best selling show.
Is there life on Mars?

Labels: ,

Wednesday, June 14, 2006

Les Génies de la Science: Planck

A vida científica e política de Planck parecem ser a imagem uma da outra. Na física, apesar de ter aberto a porta para a mecânica quântica, manteve sempre uma postura conservadora: nunca aceitou a interpretação, de Max Born, das soluções da equação de Schrödinger, como ondas de probabilidade.

Na política, foi um dos físicos alemães que pactuou com o regime nazi. Planck fez inclusive a saudação nazi. A sua ligação ao regime nazi, segundo ele, foi a melhor forma de proteger a ciência alemã. Mas, no final da sua vida, a sua casa foi destruída, a sua filha tentou suicidar-se e o seu filho foi fuzilado pelos nazis.

A vida de Planck é talvez um dos melhores exemplos de que o compromisso muitas vezes não é a solução. Contra a opressão e a soberba dos “iluminados” a resistência, desde o início, é a única resposta.

Talvez por isso, um dos meus cineastas preferidos é Fritz Lang. Os heróis dos seus filmes são, muitas vezes, os únicos que resistem, contra aquilo que os outros aceitam, apesar de não gostarem. Há no herói Langiano uma solidão, que é o resultado da sua falta de compromisso em relação ao poder nefasto. Nos filmes de Lang, quem detém o poder, conquistou-o de um modo perverso e mantém-no da mesma forma. O legendário pessimismo deste realizador na espécie humana, devia-se a ele saber que, na maioria das vezes, as pessoas preferem pactuar com o tirano, a fazer-lhe frente. A inércia do ser humano era a causa do seu pessimismo. Um homem que disse:

Once one has started something, one cannot escape from it. But, despite that, I have always wanted to show and define the attitude of struggle which people should adopt in the face of fatal events. It is not important or essential to be victorious in the fight, it is the fight itself which is important and vital.

É esta batalha que muitas vezes não travamos. E sem ela nunca poderemos cantar vitória.

Thursday, June 08, 2006

Paisagem digital #13


A Armadilha (Winterlandschap met Schaatsers en Vogelknip, 1565) - Pieter Bruegel o Velho

Paisagem Digital #12

Labels: ,

Monday, June 05, 2006

Mailbox #5

A minha caixa de correio tinha mais um DVD de Carl Dreyer. Desta vez é Dia de Cólera de 1943. Não é tão famoso e conceituado como A Paixão de Joana de Arc, A Palavra e Gertrud mas tem para mim lugar especial. A primazia do “Eu” contra o “Nós” de uma sociedade impessoal é o tema de inúmeros filmes, mas talvez poucos o tenham conseguido ilustrar tão bem, como este.

Mailbox #4

Labels: , ,

Thursday, June 01, 2006

Shohei Imamura (1926 - 2006)

"I am interested in the relationship of the lower part of the human body and the lower part of the social structure on which the reality of daily Japanese life obstinately supports itself."

Shohei Imamura

Morreu anteontem o cineasta japonês Shohei Imamura. Imamura começou a sua carreira como assistente de realização de Yasujiro Ozu. Mas ao contrário deste, que filmava a placidez e a rigidez da sociedade nipónica, Imamura procurava, pelo contrário, encontrar nesta o excesso e a marginalidade.

As personagens de Imamura também gostam de saquê, mas envolvem-se em assassinatos, vivem no mundo da prostituição e roubar faz parte do seu dia-a-dia. Tal como o realizador afirma no texto, que abre esta entrada, aquilo que lhe interessa são, precisamente, os marginais, as suas vivências e um desejo sexual que está sempre latente. Imamura não faz um cinema moralista, limitando-se a contemplar os comportamentos e atitudes com um tom documental. Na realidade, ele não condena e, pode-se dizer mesmo dizer, que, em certos casos, simpatiza com estes. No Doutor Fígado parece-me óbvia a ternura que Imamura nutre por uma prostituta que dá uma nova vida a um médico de aldeia, sem tempo para si próprio.

Shohei Imamura, tal como Nagisa Oshima e Masahiro Shinoda, fez parte do novo cinema japonês, que sucedeu aos grandes mestres: Mizoguchi, Kurosawa, Ozu e Naruse.

Imamura despoletou um cinema japonês que não se esconde atrás de uma imagem idílica da humanidade, mas pelo contrário, mergulha no lado mais negro, obscuro e violento do ser humano.